Os Meios da
Graça
A Maneira de
Crescer na Vida Cristã
(Uma adaptação da Obra de Earl Blackburn)
Quais os meios particulares da graça?
l. O primeiro destes é
a leitura da Palavra de Deus.
Deus nos deu um livro através do qual Ele fala conosco. Ele não mais
se comunica com os homens utilizando sua voz audível, como o fazia no passado.
Agora Deus fala através de seu Filho
(Hb 1.1-4), que nos transmite sua palavra por meio das Sagradas Escrituras,
a Bíblia. Nas páginas das Escrituras, Ele manifesta sua voz, capaz de despertar os mortos, outorgando-lhes vida.
A Bíblia foi escrita por homens santos,
enquanto Deus os inspi- rava e guiava, por intermédio do Espírito Santo. É o perfeito tesouro de instruções e conhecimento celestiais. Deus é o autor da Bíblia, a salva- ção
é o seu objetivo, e a verdade
sem qualquer erro
é o seu conteúdo. Ela nos ensina, principalmente, o que precisamos crer a respeito
de Deus e quais
os deveres que Ele exige de nós. A Bíblia
revela os princípios
pelos quais Ele nos julgará
e demonstra o supremo padrão
pelo qual devem ser averiguados todos os comportamentos, credos
e opiniões dos homens. Por isso, J. C. Ryle escreveu:
Separe uma parte de cada dia para ler e meditar alguma
porção da Palavra
de Deus. O pão de ontem não alimentará
o trabalhador de hoje; tampouco o pão de hoje nutrirá o trabalhador de amanhã. Recolha seu maná a cada manhã. Escolha
a ocasião e a hora adequados. Não cochile ou se apresse enquanto lê. Dê à sua
Bíblia o melhor e não o pior de seu
tempo. Leia toda a Bíblia, fazendo-o de maneira sistemática. Receio que existem várias
partes da Palavra
de Deus que alguns crentes
nunca lêem. Dessa atitude resulta a falta de amplos e bem equilibrados pontos de vista a respeito
da verdade, uma falta tão comum em nossos dias. Creio que
um bom plano é ler o Antigo e o Novo Testamento ao mesmo
tempo, do começo
até ao fim; e, depois,
fazê-lo novamente.
Leia a Bíblia com um espírito
de obediência e auto-aplicação.
Assente-se para estudá-la com a determinação de que você viverá pelas suas regras, confiará em
suas afirmativas e se comportará de acordo
com seus mandamentos. A Bíblia mais lida é aquela mais praticada.
Ela é o instrumento pelo qual Deus fala ao seu povo. Enquanto lêem a
Bíblia, Deus abençoa e fortalece os crentes com tudo que necessitam para seu
viver diário.
II. O segundo meio particular da graça é a ORAÇÃO.
O que significa
oração? É um dos meios pelos quais o crente cultiva um vivificante relacionamento com o Deus vivo.
A oração é indispensável
na devoção pessoal.
Envolve conversar e ter comunhão
com Deus. Nesta comunhão,
apresentamos a Deus nossos desejos íntimos. A oração assemelha-se a conversar com Deus "face
a face”. O Antigo Testamento
apresenta numerosos exemplos:
Gênesis l8.2S, ss.; Êxodo 5.22, 6.l,l0,l2,28-S0;
Deuteronômio S.2S-26; Salmo 27.8. O Novo
Testamento apresenta um sumário da oração em Atos 13.1-2.
Pedir a Deus as boas
coisas que Ele
tem prometido aos
seus filhos é uma parte vital da oração (Mt. 7.7,ll; Lc ll.5-lS; Cl l.9-l2; Tg l.5-6). De acordo com Filipenses 4.6-7,
a oração é uma chave
para que o crente experimente a paz de Deus.
Ela é também um meio que facilita
a nossa rendição à vontade
de Deus (ver o exemplo do Senhor
Jesus em Mateus 26.S9,42,44).
A oração é um dos meios pelos
quais o crente cultiva um
vivificante relacionamento com o Deus vivo.
Existem várias partes na oração. Ela pode incluir
um ou mais destes aspectos: adoração e louvor, ação
de graças, confissão de pecados, súplica,
intercessão e entrega de nós mesmos a
Deus.
De acordo com
Efésios 6.l8 e Judas 20, a oração
deve ser feita
no Espírito. O Espírito
Santo é Aquele
que ajuda o crente
a orar. Ele testifica ao espírito do crente
que ele é filho de Deus,
levando-o a clamar:
"Aba, Pai” (Rm 8.l5; Gl
4.6). O Espírito Santo impulsiona o
crente a orar, trazendo à sua mente as palavras
e promessas de Jesus. Ele também inflama nossos corações em benefício dos outros (Rm l0.l; cf. 9.l-2). Portanto, quando você não sentir desejo
de orar, peça ao Espírito Santo que
o ajude a envolver-se na oração.
Cristo ofereceu ao seu povo um modelo
para ajudá-los na oração.
Em geral, tem sido chamada de "Oração do Pai Nosso” e se encontra em
Mateus 6.9-lS e Lucas ll.l-4. Este modelo de oração não foi dado com o propósito de ser repetido, como um
ritual, quer em particular, quer em público. Recitar
esta oração não remove nossa obrigação de orar. Cristo a ensinou para que os crentes saibam
como orar adequadamente. Há seis petições nesta
oração: as três primeiras estão relacionadas às prioridades de Deus, as
três últimas vinculam-se às nossas
necessidades. Nesta oração-modelo, o Senhor
Jesus nos ensina
que, antes de suplicar
por nossas necessidades, temos de orar pelas prioridades divinas.
III. O terceiro
meio particular da graça
é a MEDITAÇÃO.
Após o crente ter vindo à presença de Deus, através da leitura da Bíblia e
pela oração, ele se alimenta do que já recebeu por meio da meditação. Thomas
Watson, um dos Puritanos, disse: "A meditação é semelhante ao regar uma
planta, fas aparecer os frutos da graça”.
A meditação
é para nossa alma o que a digestão é para o corpo. C. H. Spurgeon apresentou uma excelente instrução, ao declarar: "Nossos corpos não sustentam-se apenas
por ingerir o alimento através
da boca; mas o processo de digestão resulta em músculos, nervos, tendões e ossos. Por meio da digestão, o alimento exterior é assimilado pela vida
interior. O mesmo acontece às nossas
almas: elas são nutridas não apenas por
aquilo que ouvem aqui e acolá. Ler,
ouvir, observar e aprender tudo exige uma digestão
interior; e a digestão interior da verdade ocorre através
de meditarmos nela”.
"A meditação é semelhante ao regar uma planta, faz aparecer os frutos da graça”.
A atitude do salmista
Davi foi: "Meditarei nos teus preceitos e às tuas veredas terei respeito.
Terei prazer nos teus decretos; não
me esquecerei da tua palavra” (Sl ll9.l5-l6).
Setecentos anos antes de Cristo nascer, Davi já sabia o valor da meditação.
Continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário