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DOUTRINA


LIÇÃO Nº1
A Relevância do Estudo das Bases de Fé e Doutrina da Igreja de Cristo no Brasil

Texto Áureo
“Se alguém ensina outra doutrina, e não concorda com a sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino que é segundo a piedade, é orgulhoso e nada entende” (I Tm.6:3, 4a).

Meditando Diariamente na Palavra:
Segunda-feira ¾ Dt.6:1-9; Mt.28:16-20
Terça-feira ¾ Rm.16:17-20
Quarta-feira ¾ Cl.2:4-8
Quinta-feira ¾ I Tm.4:1-16
Sexta-feira ¾ 2 Tm.4:1-5
Sábado ¾ Tt.2:1,7,8

I – INTRODUÇÃO:
Iniciaremos, neste trimestre, o importante estudo das bases de fé e doutrina da Igreja de Cristo no Brasil. Isso se torna especialmente relevante, quando se sabe que vivemos em uma época, na qual o mundo tem rejeitado a noção de verdade absoluta, preferindo acreditar no “relativismo”, ou em diversas “verdades” condicionadas à sua própria subjetividade, ao pragmatismo e à conveniência do homem moderno.
Assim sendo, têm surgido várias formulações doutrinárias equivocadas, contrárias às Sagradas Escrituras. Cremos que se ficarmos alheios e indiferentes a estes conceitos anti-bíblicos, correremos o risco de assistirmos o surgimento de uma nova geração, que estará completamente descompromissada com a verdade e, por conseguinte, será facilmente conduzida ao engano.
Faz-se necessário, portanto, reafirmarmos, com toda a clareza possível, a sã doutrina que temos recebido, crido, confessado e ensinado, conforme está baseada nas Sagradas Escrituras, para que a Igreja de Cristo, na sua inteireza, não venha a ficar à mercê de todo o “vento de doutrina” que Surja (Ef.4:14,15).

II – ORIGEM NAS ESCRITURAS DAS BASES
DE FÉ E DOUTRINA DA IGREJA:

A confissão é um elemento essencial da fé. Philip Melanchton, um dos mais destacados líderes da “Reforma Protestante”, foi quem disse: “Nenhuma fé é firme se não é mostrada em confissão. Uma fé sem dogma, sem confissão, está continuamente em perigo de não saber no que realmente crê e, portanto, em perigo de se tornar uma mera religiosidade...”.
Nas páginas do Novo Testamento encontra-se o início das formulações escritas das confissões doutrinárias, como expressão formal daquilo que já estava presente nos corações dos apóstolos e discípulos do Senhor Jesus. Exemplos:
1. O Senhor Jesus ensinou a necessidade da confissão de fé: Mt.10:32,33; 16:13-16. Todos nós somos chamados a confessar quem Ele é, o que Ele representa para nós, à luz da Revelação de Deus.
2. Nos escritos dos apóstolos encontramos o mesmo princípio: Em Rm.10:9,10 o apóstolo Paulo enfatiza a necessidade da confissão. Judas, nos versos 3 e 20, fala da fé que permanece inabalável diante das ameaças heréticas dos falsos mestres, o que pressupõe a existência de um corpo de doutrinas cridas e confessadas pelos cristãos naquela época. Vemos o mesmo princípio em ITm.1:3; 6:3. Paulo exorta a Timóteo (e a Tito) para a guarda da “sã doutrina” (ITm.1:10; 4:6; 2Tm.4:3; Tt.2:1), que ele devia ensinar (2Tm.4:2,3), e pela qual deveria zelar (ITm.4:16; 6:1). A pregação da “palavra fiel” deve ser “segundo a doutrina” (Tt.1:9), e a doutrina deve ser “ornada” pela santa conduta cristã (Tt.2:10).
3. Formas sucintas de doutrinas fundamentais no Novo Testamento: Textos como: Rm.1:3-5; 8:34; ICo.8:6; ITm.3:16; 6:13,14; IPe.3:18-22, são alguns pontos essenciais da doutrina cristã expostos suscintamente. Paulo afirma isso e utiliza outros sinônimos para “doutrina”, em passagens como: Gl.1:23; Fp.1:27; Cl.2:7; 1Tm.1:19,20; Tt.1:13; usa a palavra “tradição”, significando a verdade que permanece (ICo.11:2,23; 15:3; IITs.2:15); a expressão “padrão das sãs palavras” (2Tm.1:13); do “bom depósito” (ITm.6:20; 2Tm.1:14). Escrevendo aos Hebreus, fala dos “princípios elementares da doutrina de Cristo” (Hb.6:1-3), e expressa a sua preocupação com a entrada de “doutrinas várias e estranhas” nas igrejas (Hb.13:9). O apóstolo João fala da importância de permanecerem na doutrina ensinada pelo Senhor Jesus Cristo (2 Jo.8-11).

III – ORIGEM HISTÓRICA DAS BASES DE FÉ E DOUTRINA NA IGREJA:

1. Definição: Uma confissão ou regra de fé e doutrina é uma afirmação concisa daquilo em que se crê como verdade absoluta, subordinada à Palavra de Deus. Uma confissão de fé procura apresentar seus conceitos doutrinários de forma elaborada e sistematizada.
2. Importância e Origem Histórica: As confissões têm servido à Igreja de Cristo desde o seu início. Para a Igreja dos primeiros séculos, os credos e confissões de fé foram absolutamente necessários para a defesa da doutrina e da prática de uma vida cristã separada do mundo. Os credos e as confissões foram resultado direto das controvérsias vigentes àquela época, possuindo, assim, raízes históricas. O primeiro credo conhecido na história da Igreja foi o chamado “Credo dos Apóstolos” (séc.II d.C.) muito utilizado pela Igreja antiga para o ensino aos novos convertidos e aspirantes ao batismo. Depois, no ano 325, cerca de 300 bispos formularam o “Credo de Nicéia”, na Ásia Menor, que tratou das controvérsias cristológicas relacionadas à doutrina da trindade, condenando as heresias de Ário. Um terceiro credo surgiu em 381 d.C., chamado de “Credo de Constantinopla”, elaborado por 150 bispos, reafirmando o que o concílio de Nicéia havia dito, porém acentuando a plena divindade do Espírito Santo. O quarto credo foi o de Calcedônia (451 d.C.), que tratou particularmente das duas naturezas existentes em Cristo Jesus: a divina e a humana. A confissão de fé e doutrina deve ser a expressão exterior daquilo em que se crê interiormente, no coração. Assim sendo, quanto mais rica for a expressão dessa fé e doutrina, sob a orientação do Espírito Santo, tanto mais ficará demonstrada sua sólida posição no decorrer da história.
3. A Chamada Reforma Protestante e as Confissões de Fé: Somente bem mais tarde na história da Igreja, a partir do séc.XVI, no período da reforma protestante ¾ devido ao claro desvio da Igreja Católica Romana dos fundamentos doutrinários da Palavra de Deus, enfatizando mais a tradição do que a bíblia ¾ é que surgiram, em meio às crises sociais e religiosas do final da Idade Média, as seguintes principais confissões de fé e doutrina:
(a) na Alemanha, Martinho Lutero afixou na porta da catedral da Igreja em Wittenberg, “As 95 Teses”, de 1517, que foram mais uma denúncia contra a prática da venda de indulgências, como meio de penitência e salvação dos mortos, do que propriamente uma confissão de fé. Mas, em 1529, publicou seu “Catecismo Menor”, destacando os princípios fundamentais da chamada “Reforma Protestante”;
(b) na Suíça, Ulrich Zuínglio, a partir de 1523, supervisionou a publicação de quatro documentos de confissão doutrinária, dos quais o mais importante foi a “Confissão de Augsburgo”, de 1530, de tradição da Igreja Luterana;
(c) na Suíça, Heinrich Bullinger ¾ com a posterior anuência de João Calvino ¾ elaborou a “Confissão Helvética”, de 1534 (oficialmente aceita em 1566), sendo considerada a primeira “de cunho calvinista”;
(d) na Escócia, a “Confissão Escocesa”, de 1560, também calvinista; e (e) na Inglaterra, a “Confissão de Fé de Westminster”, de 1646, considerada a última das grandes confissões e, certamente, a que veio apresentar as definições mais precisasda doutrina reformada.

4. Breve Histórico das Bases de Fé da Igreja de Cristo no Brasil:
Evidentemente, a Igreja de Cristo no Brasil, como Igreja Militante, surgiu muito tempo depois desses acontecimentos. Ela foi organizada e reconhecida estatutária e juridicamente, na forma da lei, em 13 de dezembro de 1932, em Mossoró-RN. Historicamente, é uma Igreja de origem pentecostal, vinda da Assembléia de Deus, tendo como princípios fundamentais doutrinários a “justificação pela fé, salvação eterna do crente genuíno, sem o concurso do mérito próprio e do governo Teocrático Congregacional¾ conforme consta do registro oficial dos Estatutos da Igreja de Cristo no Brasil, no Capítulo I, Art. 1º, parágrafo primeiro ¾ juntamente com a menção feita no Capítulo VII, Art. 35, dos mesmos Estatutos, das “...normas básicas, as quais serão observadas como princípio de fé e doutrina em que se apóia a Igreja de Cristo, no Brasil, como Igreja Militante...”, que serão objeto do nosso estudo na EBD, ao longo das próximas lições. É bom que se saiba que os Estatutos da Igreja de Cristo no Brasil, em sua forma original, foram registrados em Órgão Oficial no Estado do Rio Grande do Norte, em 6 de fevereiro de 1937, na cidade de Natal (RN). Entretanto, verificou-se, posteriormente, a necessidade de serem melhor esclarecidos alguns pontos doutrinários fundamentais da Igreja, bem como serem feitas melhorias técnicas na exposição do texto, os quais levaram a Igreja a realizar, ainda, duas reformas em seus Estatutos:
1. A primeira, aprovada em “Assembléia Geral das Igrejas de Cristo” realizada na cidade de Natal (RN), tendo sido publicada no Diário Oficial do Estado, em 31 de outubro de 1951. O pastor Eustáquio Lopes da Silva presidiu aquela assembléia, sendo o pastor João Vicente de Queiroz o vice-presidente ¾ ambos pioneiros da Obra e que já se encontram na glória com o Senhor Jesus; e
2. A Segunda, aprovada pelo “Concílio das Igrejas de Cristo”, reunido em Mossoró (RN), de 6 a 8 de janeiro de 1978, presidido pelo pastor João Vicente de Queiroz, tendo como 1º Secretário o pastor Gidel Dantas Queiroz, foi publicada no Diário Oficial do Estado, datado de 24 de julho de 1978, em Fortaleza (CE).
Essa última reforma (mais extensa) teve o seu início no Concílio realizado em Natal (RN), de 9 a 11 de janeiro de 1976. Por proposta de iniciativa do presbítero Gidel Dantas Queiroz (hoje pastor), aceita pelo plenário, foi eleita uma comissão para tratar do assunto, composta, na ocasião, pelos pastores: José Dantas Filho, José Jerônimo e Antônio Andrade; pelos presbíteros: Gidel Dantas Queiroz e Walfredo Ferreira de Medeiros; e pelos evangelistas Djalma Pereira e Gineton Dantas Queiroz. Após 2 anos de trabalhos, a comissão concluiu sua tarefa e a reforma dos Estatutos da Igreja de Cristo no Brasil foi aprovada. Conforme relatou um dos membros daquela comissão, o agora pastor Djalma Pereira, “...as Bases de Fé e Doutrina da Igreja de Cristo têm conceitos doutrinários peculiares, mas seguem de perto os princípios fundamentais da Confissão de Fé de Westminster”, fazendo referência à assembléia que reuniu 121 ministros da Igreja na Inglaterra, em 1646, para tratar das doutrinas e teologia reformadas.

IV – A IMPORTÂNCIA DAS BASES DE FÉ
PARA A IGREJA DE CRISTO:

A história eclesiástica recente, depois da Reforma, mostrou que as igrejas têm buscado estabelecer uma “identidade” doutrinária e teológica, por algumas razões, tais como:

1. Devido à própria natureza da Igreja, que deve ser caracterizada por sua UNIDADE constituída por Deus, conforme Ef.4:1-16, e não parecer ser uma “colcha de retalhos”, sem um claro posicionamento doutrinário comprometido com a Palavra de Deus.
2. Tendo em vista o ataque dos falsos ensinos e doutrinas. Onde quer que a Igreja do Senhor Jesus Cristo tem professado a sã doutrina, ela tem encontrado oposição. Quanto mais definida em sua doutrina, mais oposição ela sofre. A Igreja do Senhor tem que possuir firmeza na verdade, não podendo permanecer neutra em questões doutrinárias, espirituais, éticas e morais, mas combatendo e condenando todo ensino e doutrina falsos, “destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo...” (2 Co.10:5).
3. Por causa da apostasia e do espírito da nova era. Vivemos na época do ecumenismo e sincretismo religioso, que tenta construir um “ambiente teológico” pluralista e tolerante, no qual as pessoas não contestam, nem reivindicam suas posições doutrinárias, mas, pelo contrário, fogem da verdade absoluta afirmada objetivamente. As Escrituras são tratadas e interpretadas por óticas diferentes, sendo chamadas de “cosmovisões” diversas da bíblia, que ocasionam entendimentos bastante diferentes entre si e, não raro, em frontal desacordo com a totalidade das Escrituras Sagradas. Não há, portanto, paradigmas confiáveis e absolutos. O resultado lastimável disso é que as igrejas evangélicas no mundo têm se tornado uma “babel” de doutrinas divergentes, que confundem as pessoas, dificultando o conhecimento de Deus, pela vivência da sã doutrina.

V – DUAS CONSIDERAÇÕES FINAIS IMPORTANTES:

1. A relação entre as Bases de Fé e Doutrina da Igreja e a própria Palavra de Deus. Há pelo menos dois modos de relacionamento entre ambas:
(a) Considerar que a primeira é tão (ou mais) importante que a Segunda ¾ como defende a Igreja Católica Romana que reivindica “infabilidade” às suas decisões conciliares e pronunciamentos papais (ditos “ex cátedra”), e coloca a tradição “dogmática” como revelação direta de Deus à Igreja, podendo ser considerada igual (ou até acima) da própria Palavra de Deus. Este conceito errôneo tem conduzido a Igreja de Roma (e não de Cristo) a toda  espécie de erro doutrinário, heresias e, por que não dizer, de blasfêmias contra Deus!
(b) Considerar que a primeira deve ser aceita e observada pela Igreja, na medida em que ela se conforma com a Segunda ¾ como fazem as Igrejas de Cristo (ditas protestantes) que, embora reconheçam o Credo dos Apóstolos e decisões conciliares da Igreja Primitiva, submete a todos ao crivo da Palavra de Deus, que sempre, em todo e qualquer caso, prevalecerá sobre os demais.
3. As Bases de Fé podem sofrer alterações? Qual o critério a ser usado?
Sim, podem sofrer alterações, uma vez que os dogmas e as confissões de fé e doutrina sempre devem permanecer sujeitos às Sagradas Escrituras, e quando isto não ocorrer, em um ou outro ponto, ou se sua interpretação doutrinária não estiver em consonância com a totalidade das Escrituras, faz-se necessária a sua correção ¾quando o erro for doutrinário¾ ou atualização ¾quando o erro for de deficiência e falta de clareza na interpretação da doutrina.

V – CONCLUSÃO:
Atualmente, temos presenciado uma queda acentuada no nível de comprometimento com Deus e com sua Palavra, por grande parte do cristianismo. Muitos “cristãos” e “ministros da Palavra” prometem, verbalmente, fidelidade aos padrões doutrinários bíblicos, mas logo se afastam deles por razões convenientes a eles mesmos ou ao grupo a que estão vinculados. Ao mesmo tempo, prolifera no mundo um número cada vez maior de opções doutrinárias falsas, capaz de atender aos mais variados anseios, os quais têm levado as pessoas que não estão firmadas na Palavra, a terem sérias dificuldades em permanecerem fiéis à sã doutrina, sendo levadas, e deixando-se levar, por todo tipo de ensinamento. No entanto, o Espírito Santo tem cumprido a sua missão de guiar a Igreja de Cristo a toda verdade, conforme se encontra na Palavra de Deus (Jo.14:16,17; 16:13). Devemos, portanto, ser fiéis à doutrina santa do evangelho, tal qual se encontra exposta nas Sagradas Escrituras. A partir da nossa próxima lição, estudaremos cada um dos pontos fundamentais das Bases de Fé e Doutrina da Igreja de Cristo no Brasil. Rogamos ao Senhor nosso Deus que nos dirija nesta desafiante e frutífera tarefa. A Ele toda glória! Amém.

2 comentários:

  1. A paz do Senhor
    eu sou pastor
    Gostaria de falar com o presidente da denominação
    se for possível favou me enviar um Email onde eu
    possa falar com ele.
    obrigado

    ResponderExcluir
  2. A paz do Senhor
    eu sou pastor
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    obrigado

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