Russel Shedd
Por que ser membro dela? É
maravilhoso ser membro da Igreja de Jesus Cristo! Ele prometeu, durante seu
ministério na terra, que edificaria sua Igreja. A Igreja teve seu início
miraculoso com a descida poderosa do Espírito Santo e continua crescendo com
sua atuação regeneradora. Ninguém faz parte da Igreja de Jesus Cristo sem
nascer do Espírito. Ela é um povo exclusivo de Deus, foi escolhida livremente
pela sua graça antes da fundação do mundo e existe inteiramente para sua glória
e prazer.
A palavra “invisível” descreve a
Igreja universal. Parece infeliz porque sugere uma idéia platônica, isto é, que
a Igreja pode existir sem uma expressão visível. Os Reformadores desenvolveram
esta descrição para manter o princípio, contra Roma, de que a Igreja está
fundamentada na graça livre de Deus. Foi assim que os apóstolos enxergaram o
povo redimido – do império das trevas – e transportado para o Reino do seu
Filho amado. Somente Deus sabe quem realmente lhe pertence; portanto, invisível
para nós.
Para se tornar parte da Igreja, a
Bíblia exige confissão pública, normalmente no batismo, e uma fé genuína na
ressurreição histórica de Jesus dentre os mortos. Não há garantia de que os que
confessaram o nome do Senhor e “creram nEle” foram realmente regenerados. A
confirmação da fé salvadora de um membro da Igreja de Jesus Cristo vem através
do amor de Deus derramado nos corações dos salvos e a perseverança no caminho.
Declara o autor de Hebreus: “Pois passamos a ser participantes de Cristo, desde
que, de fato, nos apeguemos até o fim à confiança que tivemos no princípio”
(3.14 – NVI).
A Igreja é um templo, disse Paulo,
querendo dizer com isso que Deus habita no meio de sua família na terra, tal
como habitava no Santo dos Santos no templo de Salomão. Para Pedro, a Igreja é
representada por uma casa espiritual edificada com pedras vivas porque chegaram
à Pedra Viva (Jesus). A Igreja é um campo com plantas (pessoas) que têm
qualidades que o Espírito desenvolve para demonstrar seu amor: “alegria, paz, paciência,
amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gl 5.22,23).
A Igreja ganhou o título de família
de Deus pelo fato de que Ele adotou os membros como filhos. A fraternidade dos
“irmãos” da Igreja deve ser uma expressão do relacionamento familiar que une os
que gozam do direito de fazer parte dessa nova “raça eleita”. Ela também é um
“novo homem” com ambições distintas dos homens da raça de Adão e Eva.
Tristemente, não podemos concordar
com todas as posturas de todos os líderes humanos que pastoreiam mais de um
milhão e meio de igrejas locais no mundo inteiro. Alguns deles ensinam
doutrinas antibíblicas e promovem práticas opostas às que Deus propõe para sua
Igreja. A infidelidade dos membros não nega a finalidade de Deus em resgatar
pecadores das garras satânicas, dando-lhes vida pela graça recebida por fé.
Deus “nos escolheu nele antes da fundação do mundo para sermos santos e
irrepreensíveis em sua presença” (Ef 1.4).
Ortodoxia doutrinária que produz
igrejas que apresentam a imagem de Cristo não pode ser definida com absoluta
precisão. No entanto, o alvo que Paulo declarou para os colossenses deve ser a
ambição principal de todos os que amam ao Senhor Jesus de verdade. “Nós o
proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, para que
apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (1.28). Foi o mesmo interesse que
Jesus teve logo antes de sua ascensão: “Portanto, vão e façam discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os
a obedecer a tudo que eu lhes ordenei” (Mt 28.19,20).
CONCLUSÃO
As aberrações doutrinárias e desvios
nas práticas comprovam a vulnerabilidade da igreja no mundo pós-moderno. Jesus
estava consciente do perigo que a igreja correria quando levantou a questão da
fé existir ou não na terra quando Ele voltar. Como a igreja de Laodicéia, que
não reconhecia sua condição miserável, digna de compaixão, pobre, cega e nua,
as igrejas contemporâneas são suscetíveis às tentações mundanas e a viverem
longe dos alvos do seu Senhor. Que Deus graciosamente mostre misericórdia para
com sua Igreja, enviando líderes e membros comprometidos com as ordens que Ele
passou para ela através de seus apóstolos e profetas há dois mil anos.